Por: Júlia Moraes – Estudante do 8º semestre do curso de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e atual estagiária em Psicologia da Meta Consultoria
Quando a Meta Consultoria iniciou a confecção de postagens para o blog, foi-me pedido que fizesse parte dessa tarefa também. Nesse momento, fiquei pensando em como iria passar meu conhecimento técnico, de forma que o leitor pudesse entender e se envolver com o conteúdo. Pois bem, meu intuito, então, nesse breve texto, é evidenciar o meu papel dentro dessa organização que possui todo meu carinho, respeito e gratidão pelo aprendizado! Aproveite-o!
A Psicologia nas organizações: origem
Para entender como a Psicologia se inseriu no universo das organizações, é preciso levar em consideração que, em determinado contexto da história mundial, certas explicações de mundo já não eram mais suficientes. Como assim? Em síntese, os estudos da Psicologia, nessa temática, deram-se necessários quando as explicações fisiológicas não mais comportavam respostas para o sofrimento ou estresse do homem no trabalho.
Isso pode ser exemplificado da seguinte forma: para o ser humano se tornar, de fato, humano, este precisava produzir a si mesmo. O que seria isso? É necessário perceber que o homem vive em função do trabalho – aqui, é importante colocar o trabalho não só da forma habitual, mas o mínimo trabalho que é inerente à condição humana, como produzir seus próprios bens, ou comprá-los, por exemplo! Logo, os profissionais psicólogos devem estudar o trabalho como algo que ocupa um lugar no horizonte de significados humanos e que, portanto, são causas do sofrer do homem.
Cabe aqui fazer uma citação ao conhecido autor que é considerado o “Pai da Psicanálise”, Sigmund Freud: “A saúde mental é a capacidade de amar e trabalhar”. Essa frase freudiana evidencia que amar e trabalhar resumem a vida adulta. Parece uma simples afirmação, não? Todavia, Freud, como sempre, recheado de suas imersões no inconsciente, jamais faria com que o significado desta fosse tão raso. O que ele quis dizer com isso é que o homem vive em função de produzir e reproduzir – aqui, é importante, também, entender a “produção” como o mínimo trabalho inerente aos humanos e “reproduzir” como forma de compartilhamento de aprendizados e vivências, além, é claro, do significado genético da palavra.
Psicologia e empresas: como se dá essa mescla?
Dessa forma, a Psicologia se interessa em como os homens amam (reproduzem) e como trabalham (produzem). Daí vem a importância dessa área de estudo nas empresas, já que esta ficará a cargo de propor modos saudáveis de amar e trabalhar, conjuntamente. É sempre importante lembrar que o indivíduo não se realiza em si mesmo, ele somente se constrói quando se inspira no outro. Logo, a saúde mental é a capacidade de construir a si próprio e à espécie, de forma que o rompimento disso pode conduzir à doença psicológica, o que evidencia que, principalmente na contemporaneidade, torna-se cada vez mais inevitável considerar um profissional psicólogo trabalhando em uma organização.
Como os psicólogos trabalham na organização?
A Psicologia age, então, pensando em modos de intervenção em que a fonte produtora de estresse não seja, necessariamente, eliminada, mas sim reconfigurada, fazendo com que o trabalhador possa, sim, realizar sua função com menos ou nenhum desgaste psíquico. Essa ciência que tanto falamos não trabalha no campo do “achismo” subjetivo do psicólogo. Há, na formação desse profissional, uma ênfase dedicada ao estudo das organizações – a tão conhecida Psicologia Organizacional –, que cresce e ocupa papel importante na visão futurística destas. Para isso, utilizam-se estratégias e atividades definidas que só são possíveis a partir do contato próximo com a empresa.
E aí, ficou um pouco mais a par do que o profissional da Psicologia realiza nas organizações? É normal que, de início, seja um pouco confuso, mas espero que o texto tenha inserido você, leitor, um pouco nesse universo e que você se sinta incentivado a procurar mais sobre o assunto na internet, livros ou até comigo! Obrigada e até mais!
Referências Bibliográficas:
Livro: Saúde Mental e Trabalho (Cedo, W., Soratto, L., Menezes I. V.)